6.5.11

Esfinge(mitologia antiga)

Pirâmide e a Esfinge

Houve na mitologia antiga muitas e diferentes representações da esfinge. O mito de Édipo, no entanto, sobretudo depois de imortalizado pela tragédia Édipo rei, de Sófocles, privilegiou de tal forma uma delas que as demais caíram no esquecimento.
Criatura monstruosa com corpo de leão, cabeça humana e asas, na representação mais comum, a esfinge, monstro devorador, foi um importante tema mitológico nas antigas civilizações egípcia e mesopotâmica. Na Grécia, literatura e arte se inspiraram freqüentemente no mito de Édipo e da esfinge. Esta, segundo a lenda, aterrorizava os habitantes da cidade de Tebas e matava os que não conseguiam resolver o enigma por ela proposto: "Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde e, contrariando a lei geral, é mais fraco quando tem mais pernas?" Édipo conseguiu decifrar o enigma, dizendo que era o homem; ele engatinha quando bebê, anda com duas pernas ao longo da vida e precisa de um bastão na velhice. Ao ouvir a resposta, a esfinge, derrotada, jogou-se num abismo.
Uma das mais antigas representações da figura mitológica é a colossal esfinge de Gizé, no Egito, que data do reinado de Quéfren, faraó da IV dinastia. A esfinge egípcia tem corpo de leão, com as patas dianteiras estendidas, e cabeça humana, coberta com uma manta funerária (nemes). Supõe-se que representa o deus Hórus, guardião de templos e túmulos. Os egípcios esculpiram muitas estátuas da esfinge, cujo rosto lembrava sempre o faraó da época. Algumas esfinges, no entanto, ostentavam cabeças de carneiros e falcões. As imagens ficavam diante dos templos, em ambos os lados da avenida de acesso (dromos), com função protetora, como no grande templo de Karnak.
Esfinges foram construídas na Síria, por influência do mundo egípcio, no segundo milênio antes da era cristã. Lá, passou a ter asas, simbolizando a vida espiritual, e adquiriu natureza feminina. Por volta de 1600 a.C., a esfinge feminina alada foi adotada pela civilização grega. Encontram-se os primeiros exemplos de sua utilização em objetos cretenses do final do período minóico e nas sepulturas de Micenas do fim do período heládico.
A partir de 1200 a.C., as esfinges desapareceram da cultura grega por cerca de 400 anos, mas se mantiveram na Ásia, com aspecto semelhante ao que tinham na idade do bronze. No final do século VIII a.C. a esfinge reapareceu na arte arcaica grega, na qual persistiu até o final do século VI a.C. A nova esfinge grega era quase sempre feminina, com grandes tranças. Seu corpo se estilizou e as asas adotaram a forma curvada, como se pode ver na famosa esfinge de Delos. As esfinges se converteram em motivo freqüente para decoração de vasos e peças de marfim e, no final do período arcaico, apareceram como ornamento de templos, sempre com função protetora.
No século V a.C., o mito de Édipo e a esfinge, representada no alto de uma coluna, foi tema comum na decoração. Outras obras do período clássico mostram Édipo em combate com a esfinge, expressando assim fisicamente a disputa intelectual entre as duas figuras míticas. Nada relatam as lendas, porém, sobre esse episódio, o que leva a crer que a arte grega tenha tomado o tema da luta do homem contra um ser monstruoso de alguma civilização oriental. A esfinge apareceu mais tarde na arte etrusca como motivo ornamental e voltou a surgir na arte do Renascimento. Desde então, fez parte dos temas iconográficos de estilos posteriores, sempre com remanescentes orientais e função protetora.

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Na mitologia antiga, as quimeras eram monstros compostos por várias partes de animais. A Quimera original tinha uma cabeça de leão, o corpo de uma cabra e uma cauda de serpente. Algumas quimeras eram em pare humanas, como a Esfinge, com o corpo de leão, as asas de um pássaro e a cabeça de uma mulher.
Mas as verdadeiras quimeras humanas - o que significa pessoas com dois conjuntos de ADN - tinham sido descobertos apenas há pouco tempo. Uma mulher que precisara do transplante de um rim testara os seus próprios filhos como possíveis dadores, apenas para descobrir que não partilhavam o seu ADN. Disseram-lhe que os filhos não eram seus, e pediram-lhe para provar que realmente os dera à luz. Segui-se um processo. Depois de consideráveis investigações, os médicos perceberam que o corpo dela continha duas variantes de ADN. Nos seus ovários, encontraram óvulos com dois tipos de ADN. As células da pele do abdómen tinham um ADN semelhante ao dos filhos. A pele dos ombros não. Era uma mosaico. Em cada órgão do corpo.
in Next, Michael Crichton