1.4.11

Criacionismo

Criacionismo
Darwin? Teoria da Evolução? Lamark? Nunca ouvi falar. Big Bang? É aquele relogião de Londres? Também não conheço. Mas já ouvi falar de um jumento e de uma cobra falante, um homem de barro, uma mulher feita de costela, de uma arca gigante com mais de 7 milhões de espécies dentro, de uma torre que ia até o céu e de um deus que matou mais gente que o próprio diabo. (Tiozinho que vende pipoca na esquina da escola)

Na tentativa de formar novas semânticas estive pensando em duas categoria que remetem intrinsecamente ao posicionamento ateísta, no tocante ao contrassenso presente entre ateus e crentes: uma é o simples ateu e a outra é o ateísta militante. Pensando nisso notei que o ateísta é bem mais responsável que o simples ateu - tem cidadania no sangue, é um humanista, rechaçador de preconceitos e superstições. Já o simples ateu é despojado, não está nem aí para nada. Para ele tanto faz se você acredita em Alá, Jeová, Curupira ou no Sací-Pererê, desde que o deixe em paz.
Contudo, ninguém está interessado em provar a inexistência de algum deus. Pois aceitar essa possibilidade seria uma ridícula estupidez. Ora! Como se prova a inexistência de algo que não existe? Não se pode provar uma negativa, mas sim, e tão somente, uma positiva. Ou seja, como dita a sensatez, o ônus da prova é de quem faz a alegação. Deste modo, Fé não é argumento, metáforas não são teorias, relatos não são fatos científicos e Criacionismo não dispõe de método, portanto não é ciência. Ora, se Criacionismo é ciência então vamos começar pelo seu método - o que caracteriza qualquer Ciência -. Detalhe: Fé não é Método. Então, qual seria o método criacionista?

Crédito pela imagem: Bule Voador

A despeito, Ciência e Religião utilizam-se de linguagens diferentes. E como se não bastasse "observam" e postulam acerca de objetos diferentes. Destarte, jamais haverá um consenso entres esses dois âmbitos. São coisas completamente heterogêneas; como Crochê e Odontologia.
O que qualquer cético dirá é que os contos da Bíblia não fazem sentido o suficiente para serem acreditados. Seguramente, todo mundo está interessado em acreditar em Deus caso ele exista, mas sem evidências isso fica impraticável. Ninguém aqui ou acolá está negando a Deus, pois não podemos negar o que não existe. É uma questão de lógica. Só estamos esperando que ele se manifeste para que, aí sim, possamos louvá-lo. Então não adianta vir afirmar "Deus me ama", que "Jesus está voltando", "Deus é Fiel" ou que vai orar muito por nós. Isso não funciona. Pois são palavras de pessoas e não de um deus. E como admitimos a premissa de que Deus é onipotente, entendemos que ele não necessite de porta-vozes. Se for para crer sem ver prefiro acreditar nos contos do me tio-avô que era pescador. É bem mais divertido e, como elemento cultural, é bem mais enaltecedor.
Religião deve ser discutida por religiosos e com religiosos de outras religiões. Não com cientistas. Design Inteligente não é ciência, portanto não merece ser tratada como tal. Assim como nenhum cientista de verdade vai perder tempo especulando sobre dogmas religiosos com crentes que nunca leram sequer uma linha de Biologia e Cosmologia. Religiosos não deveriam dar pitaco em assuntos que não são de seu domínio, pois já possuem problemas demais com outras religiões.

A diferença é que a Ciência se verifica e se corrige, interagindo com um ramo específico da Filosofia chamado Epistemologia, para evitar erros e promover acertos. Porquanto existindo um certo ceticismo metódico intrínseco à própria Ciência. Enquanto isso, na Religião, o dogma se sustenta sozinho desde a Idade Média sem progresso nenhum.

Não me interessa quão religioso ou ateísta você é. O que me interessa é a tua índole! Me interessa se você é uma boa pessoa.
Me interessa uma vida sem medos, preconceitos, superstições e entraves morais.

Admita! Somos todos macacos!
http://9outside9.blogspot.com/2010/03/ateu-ou-ateista.html