13.3.11

O QUE REALMENTE ACONTECEU COM A CIDADE DE SODOMA

Devido aos questionamentos sobre a palavra sodomita como sinônimo de homossexual, feito no comentário do artigo Recém-nascido usado em campanha homossexual, fiz uma pesquisa na Internet, e constatei que existe uma certa polêmica, além de interpretações forçadas sobre o assunto.
Resolvi, então, expor aqui, o que de fato aconteceu com a cidade de Sodoma, instante antes da destruição, para mostrar que a palavra sodomita é o mesmo que homossexual. Mas baseado exclusivamente no texto apresentado, e nas referências existentes na própria Bíblia. Isto é, não forçando a nenhuma possível interpretação

Ló (ou Lot), sobrinho de Abraão, habitava na cidade com sua esposa e as duas filhas, mas como forasteiro. É possível que tenham assimilados certos costumes locais, no entanto, Ló permaneceu fiel a Deus. Ele estava na porta da cidade, quando aproximaram os dois anjos, que foram para destruir o lugar. Apressou-se então a receber os visitantes. Tudo leva a crer que ele não sabia que eram anjos. Entenda: As referências bíblicas acerca dos anjos não são semelhantes ao imaginário criado pela igreja católica, fruto de um sincretismo pagão. Isto é, figuras aladas etc. Ainda que Ló tenha inclinado o rosto à terra, pressupõe-se seja o costume de mostrar respeito, e não uma forma de adoração. Ele então apressou a levar os dois para sua casa. Talvez pressentindo o que poderia acontecer com eles. Mas os anjos queriam dormir na rua da cidade. Ló, no entanto insistiu, e eles acabaram entrando na sua casa. (Gênesis 19:1-3)

A partir daí, começa o drama: “Antes que se deitassem, cercaram a casa de Ló, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros”. Isto é, apenas homens. E perguntaram a Ló: “Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite?” Ou seja, entenderam que os dois anjos eram homens, o que leva a crer que não perceberam o perigo eminente. E completaram: “Traze-os fora a nós, para que os conheçamos” (Gênesis 19:3-4).

A palavra conhecer, aqui, nesse contexto, significa ter relações sexuais. Veja as seguintes passagens:

“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e teve a Caim...” (Gênesis 4:1).

Então Hezrom, tendo já sessenta anos, tomou por mulher a filha de Maquir, pai de Gileade; e conheceu-a, e ela lhe deu à luz Segube. (I Crônicas 2:21).

“...E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” (Mateus 1:24-25. Com efeito, Jesus teve depois, irmãos e irmãs (Mateus 13:55-56).

No caso de Ló, a coisa fica ainda mais clara, no desenrolar dos acontecimentos: “Então saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás de si. E disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal; eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado.” (Gênesis 19:6-8). Não entra aqui a questão se ele estava agindo certo ou não, ao entregar as suas duas filhas no lugar dos varões. Mas está bastante claro: É para ter relações sexuais. E também não dá para ignorar que o texto deixa transparecer que é mais desonroso fazer sexo entre homens do que entre um homem e uma mulher (ainda que forçado). Ou como se diria: Se é para errar, pelo menos não cometa tamanha aberração.

O que vem a seguir são uma seqüência de acontecimentos, aparentemente rápidos: “Como estrangeiro este indivíduo veio aqui habitar, e quereria ser juiz em tudo? Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o varão, sobre Ló...”. Ló no entanto, é salvo pelos anjos, que o puxaram a ele para dentro da casa, fecharam a porta “e feriram de cegueira os varões que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta” (Gênesis 19:9-11). Incrível, mas eles, os homens sodomitas, insistiam em achar a porta da casa! Tudo leva a crer que estavam excitados! A ponto de ignorar o perigo, já evidenciado pela cegueira!

Abre parêntesis: “...quereria ser juiz em tudo?”, foi a declaração dos habitantes. Mas Ló estava apenas propondo uma troca, e não estava julgando ninguém. Só esse trecho pressupõe-se que ele já era visto como se fosse um “juiz”. Ou seja: Remete para outras situações, fora do texto, e que subentende-se que, em outras ocasiões, Ló tinha argumentado com os habitantes de Sodoma, supostamente questionando os seus “costumes”. Em outras palavras: Ele tinha pregado para eles, como faria hoje nós, os crentes evangélicos. Certamente como resultado, foi visto como alguém que acha que está certo, é o dono da verdade, e que os outros estão errados. Isto é, alguém que fica julgando os atos dos outros. Igualzinho aos atributos que os crentes recebem hoje em dia. Pelo menos deve ser bem próximo a isso. (Fecha parêntesis)

A essa altura, creio eu, Ló percebeu que não estava lidando com dois varões, e sim, com anjos, que lhe esclarece: “Tens a alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem engrossado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo” (Gênesis 19: 12-13). Isto é, Deus estava disposto a salvar quem que desse ouvidos à alerta de Ló. Tomando como cálculo, os dados em Gênesis 19:12 e 14, estima-se que pelo menos 10 almas seriam salvas. Mas não foi isso o que aconteceu. Seus futuros genros não o levaram a sério. E no final, apenas três almas foram salvas, porque a mulher de Ló olhou para trás, e transformou-se em estátua de sal.

Mas Ló demorava (na verdade estava “enrolando-se”), de modo que ainda estava em casa ao amanhecer. Os anjos foram obrigados a pegá-lo pelas mãos, tanto a ele, como às suas filhas e à sua mulher, para tirá-los a cidade. Isto é, desde a investida dos homens, em volta da casa de Ló, até a sua saída, foram pelo menos 8 horas ou menos, dentro da cidade. E a cidade não poderia ser destruída, como as demais também, enquanto Ló estivesse no local. Apenas Zoar foi poupada, porque Ló negociara por ela, ao argumentar que precisava de um refúgio. Zoar significa “pequena” ou “cidade pequena”.

O texto não deixa dúvidas de que se trata de ter relações sexuais com os anjos, ainda que aqueles homens não perceberam que os dois forasteiros não são comuns. Mas como atrairam a cobiça dos habitantes da cidade, certamente os dois devem ser bonitos. No livro de Judas (não o traidor), fica clara de que se tratava de tentativa de conjunção carnal perversa: “Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.”

Infelizmente alguns pegam essa frase de Ezequiel: “Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade, teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado” (Ezequiel 16:49)... e outros semelhantes, mas fora do contexto, cometendo assim, um êrro de interpretação. Para entender o que Ezequiel tinha dito, é preciso pelo menos ler desde o começo, em Ezequiel 16:1 e 2: “...Filho do homem, faze conhecer a Jerusalém as suas abominações...”, e prossegue: “...A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus; teu pai era amorreu, e a tua mãe Hetéia...” (Ezequiel 16:3). Ora, jamais Jerusalém (e nem mesmo os judeus) foram filhos de amorreus, e nem tiveram como mãe uma Hetéia. Os judeus não são descendentes dos cananeus. Trata-se, portanto, de um recurso didático, para mostrar que Israel estavam sendo igual a esses povos, considerados ímpios, ao praticar os mesmos costumes e abominações, perdendo assim a santidade que tinha.

Comparar os judeus com os habitantes de Sodoma é mais pesado, mas oportuna, ainda que eles não eram (ao que parece na maioria) homossexuais. Então, pegou Ezequiel outros atributos negativos: A soberba, a riqueza (fartura de pão), a ociosidade etc. E para entender o porquê da crítica de Ezequiel, que estava mostrando a indignação de Deus (pois, ele era profeta), é preciso conhecer o contexto todo: A origem de Israel como um povo sacerdotal, e a necessidade da sua santidade (que significa separação). O que não estava ocorrendo no tempo de Ezequiel. Mas isso está fora do propósito desse artigo.

Finalizando... O fato de chamar de sodomita quem que pratica a relação homossexual, significa que pelo menos os nossos antepassados não tinham “essas minhocas na cabeça”, para tentar torcer as evidências apresentadas. Hoje em dia, mais do que nunca, justifica-se de tudo, porque procuramos o conveniente, e não o que é certo. Então, tem-se abaixo as outras referências bíblicas, sendo duas relacionadas com o homossexualismo. E outras, com a zoofilia:

“Com o varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação é” (Levítico 18:22). “Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão;o seu sangue é sobre eles” (Levítico 20:13). “Quando também um homem se deitar com um animal, certamente morrerá; e matareis o animal. Também a mulher que se chegar a algum animal, para ter ajuntamente com ele, aquela mulher matarás com o animal; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles” (Levítico 20:15-16).


COMENTÁRIOS FEITOS: COMENTE
11/07/2010 - 18:19 - Tatiane Soares - Realmente, mas pelo menos sabemos que somente a DEUS entende a sabedoria superior, e com certeza DEUS olha mais para o íntimo caráter de cada ser humano, e não pelas preferências sexuais, aliás tem pessoas que são Heterossexuais, mas aderem preferência ao sexo explícito sem compromisso e até se prostituem. tudo isso se relaciona no mesmo contexto, não necessariamente o homossexualismo.
06/10/2010 - 01:22 - Clodoaldo Evangelista - O termo “preferência sexual” é algo que não existe, é deturpação da palavra de Deus e também da natureza humana, um pecado. Não temos uma questão com duas opções, se é mulher, a única opção é ter relação com um homem; se e homem, a única opção é ter relação com uma mulher. Deus ama a todos os homossexuais, mas não a prática dos mesmos. Aquele que pratica o homossexualismo e não se arrepender, e não deixar o seu pecado, está condenado por Deus, pois rejeita-se a sim mesmo (obra de Deus) e ao próprio Deus. As pessoas com tendências homossexuais devem procurar ajuda espiritual e aconselhamento pastoral.
05/01/2011 - 14:49 - elton - Gênesis 19:8
um pecado muito menor, que dois homems se deitarem e o pai oferecer as filhas virgems, para um bando de assassinos e estrupadores para que fizessem o que desejassem com elas.... talvez nem mesmo seja pecado aos olhos de seu deus
09/01/2011 - Zadoque - Texto confuso... Tudo bem, vou deixá-lo do jeito como está.

15/01/2011 - 17:36 - Josué - Também Deus permitiu que esse mesmo pai, Ló, fosse embriagado pelas filhas e engravidado por ele para continuar a família. Embriagado ou não, como um homem santo, deveria ter a proteção de Deus. Nada se move sem a sua permissão. O que acontece com alguém que é obrigado a reprimir a sua própria natureza? Ficara feliz ou transfere todo o seu ódio para o objeto do seu desejo reprimido? Deus permite que algum mortal julgue qualquer outro mortal? Que mal tem feito as interpretações desse livro dito ser a pura palavra Divina, né mesmo? São muitos os pecados, intolerâncias, e outras agressões aos sesres humanos, tudo em nome de Deus, ou por pessoas que se confessam iluminadas por Ele. E a censura, Deus permite? Esse comentário será censurado?
23/01/2011 - Zadoque - Josué, Também Deus permitiu que o seu filho amado, o senhor Jesus, fosse humilhado e crucificado na cruz pelos nossos pecados. No caso do incesto praticado pelas filhas de Ló, este é condenado apenas a partir da Lei de Moisés (vide mais detalhes em: “Recém-nascido usado em campanha homossexual”). Aliás, tudo indica que Ló sequer sentiu-se culpado por essas relações... nem as suas duas filhas. Ser santo não significa estar livre das tentações e nem dos pecados.

No tocante ao desejo reprimido, Ló (e suas duas filhas) não conheceram Freud. Aliás, alguém já tinha dito que as teorias psicanalíticas de Freud só funcionam no mundo ocidental. Pois, nas culturas orientais parece que não têm esses problemas como o desejo ou o líbido reprimido, as fixações etc. Por que será?

Sobre as intolerâncias (e as agressões ao próximo), não posso responder pelos atos dos outros, e nem do que fizeram no passado. Porém, não está escrito na Bíblia de que devemos amar os nossos inimigos? (Mateus 5:44). Seguindo esta regra, não tem como prejudicar a alguém, a partir das possíveis interpretações da Bíblia.

http://www.zadoque.com/cadernos/o-que-aconteceu-em-Sodoma-01.html