12.3.11

MAGIA ENOCHIANA, LIVRO DE ENOCH

MAGIA ENOCHIANA, LIVRO DE ENOCH

A magia de Enoch, ou a magia Enoquiana, fundamenta-se nos saberes místicos e teológicos inscritos no Livro de Enoch. O livro de Enoch foi escrito por volta do sec II a.c, sendo que não foi incluído no cânone, ou seja, na Lei, ou no Antigo Testamento. O seu parente mais próximo é o Livro de Génesis, que constitui o primeiro livro da Bíblia. Enquanto que o Livro de Génesis foi escolhido para fazer parte das sagradas escrituras como sendo o livro que relata tanto a criação, como o início da humanidade, o livro de Enoch que versa igualmente sobre o mesmo tema, acabou por ser excluído da Bíblia, tornando-se assim um texto apócrifo.

Alguns teólogos e historiadores afirmam que o principal motivo de exclusão do Livro de Enoch, reside no seu conteúdo místico e teológico. Na verdade, o livro de Génesis divulga a versão mais ortodoxa do judaísmo, que vê o homem como um ser pecador, um ser frágil, um ser mortal e caído nas malhas das tentações, das transgressões e das consequentes punições divinas.

Ao contrário, o Livro de Enoch relata uma versão bem diferente. No livro de Enoch, vemos o homem enquanto um ser cósmico, parte de uma grande criação celestial, um ser que dentro de si detêm uma poderosa essência espiritual que bem usada, pode leva-lo á imortalidade e a um estatuto divino.

Ora, não há como conciliar estas duas versões: ou o homem é um pecador impuro, frágil e mortal, ou o homem é um ser divino, feito á imagem de Deus, preenchido com uma poderosa essência celestial, e capaz de ascender por si mesmo á imortalidade e divindade.

Na primeira opção, ( a do Livro de Génesis), concluímos que apenas em Deus reside a salvação, porquanto o homem não passa de um ser miserável, ao passo que na segunda leitura, ( a do Livro de Enoch), concluímos que é no próprio homem, ( e na forma como optar relacionar-se com Deus e com o cosmos), que reside a sua salvação.

Não só de salvação se fala no livro de Enoch, mas vai-se muito mais longe: os ensinamentos de Enoch demonstram que o homem tem o poder de se salvar, e que o homem tem a capacidade de ascender á esfera divina.

No Livro de Enoch, contam-se entre outras historias, o relato da criação pelas próprias palavras de Deus, assim como se revela a historia do sumo sacerdote Melquisedec, ( o misterioso sacerdote também mencionado na Bíblia, supostamente atingiu a imortalidade), que ascendeu aos céus na altura do dilúvio, tal foi o estado superior de evolução que tinha atingido.

Estas visões teológicas e místicas expressas pela sabedoria enochiana, levaramá exclusão do Livro de enoch relativamente á Lei hebraica.

Também sobre Deus, outras visões ainda mais espantosas são reveladas no Livro de Henoc. Ali encontramos escrito:

«antes mesmo de qualquer outra coisa existir, no inicio de todas as coisas, eu trouxe o ser á existência a partir do não-ser, eu trouxe o visível á existência a partir do invisível. Escuta o que te digo, Enoch, repara bem pois nem com os anjos eu partilhei os meus segredos. (…) fica a saber que Eu sou a Unidade Eterna. Antes de qualquer coisa material ter existido, movimentei-me através das coisas invisíveis. (…) Eu concebi a criação dos alicerces a partir dos quais o mundo visível brotaria»

II Livro Enoch

O livro de Enoch aponta para uma ideia defendida tanto pelos gnósticos como pelos cabalistas, ou seja, a ideia que Deus é…. Nada.

Na verdade, defendem essas teses que Deus não é «nada» no sentido material do mundo em que existimos; Deus não se pode ver, nem medir, nem pesar, nem pode ser localizado em parte alguma.

Não sendo quantificável, qualificável, mensurável nem adjectivável, não possuindo nem forma, nem expressão material em termos da realidade física em que existimos, logo… Deus não existe em termos materiais.

Deus escapa por isso á nossa compreensão, Deus está para alem das fronteiras «espaço-tempo», e por isso, jamais O poderemos entender completamente.

Deus é por isso um Nada Eterno que está para alem das fronteiras da matéria, do espaço e do tempo.

E o Livro de Enoch, revela como esse Eterno gerou a criação de tudo aquilo que existe.

O não ser, gerou o ser. Aquele que não existe materialmente, gerou os pilares e mecanismos que deram origem ao nascimento do mundo material.

As revelações realizadas no livro de Enoch são tão espantosamente avançadas, que nos dias de hoje começam a fazer sentido quando aplicadas a certas teses das ciências de física quântica.

Também está escrito no II Livro de Enoch:

«No sexto dia, dei ordens para dar origem ao ser humano a partir dos 7 elementos que constituem o universo. (…) a carne foi retirada da própria terra (..) o sangue foi obtido a partir do orvalho e do Sol (…) os olhos foram feitos a partir da profundeza dos oceanos (…) os ossos a partir de pedras (…) a razão derivou dos anjos (..) as veias e os cabelos foram feitos com a erva dos campos (…) em sétimo lugar, o espírito derivou do Meu próprio espírito, bem como do vento. Eu criei-o como Segundo Anjo na terra, para ser grandemente enaltecido»

II Livro Enoch

Aqui deparamo-nos com uma visão que contrasta abissalmente com a visão teológica expressa no Livro de Génesis, que encara o homem com um ser miserável e pecador.

Aqui, o homem é visto com um anjo, o homem é descrito como tendo sido criado pela própria mão de Deus na condição de um anjo, o Seu Segundo Anjo.

Pois a magia enochiana parte do principio acima expresso: ela professa a crença que o homem possui esta essência angelical, que o homem é o 2º anjo criado pela mão de Deus, que dentro do homem brilha a essência divina de Deus, e que por isso ele tem o poder de realizar actos místicos.

È nestes termos teológicos e teosóficos, que podemos entender o fundamento de todo o sistema mágico Enoquiano, que dizem os mitos, é capaz de produzir os maiores milagres. Exemplo disso, foi o famoso e misterioso sacerdote Melquisedec

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