Ártemis
Filha de Zeus e Leto é considerada uma divindade lunar, retratada como uma destemida virgem caçadora, senhora dos animais selvagens, com os quais vivia nas florestas. Vestia-se com uma túnica curta equipada com um arco de prata e aljava de setas ao ombro; é a potência misteriosa que preside a fecundidade animal. Era a principal deusa das Amazonas, a caçadora divina. Paradoxalmente é virgem e protetora da gravidez e do parto. Ártemis é protetora dos partos porque nasceu antes de Apolo, e auxiliou sua mãe no parto do irmão. Ártemis simboliza o aspecto dominador e castrador da mãe e as feras que a acompanham simbolizam o instinto que precisa ser domado. Ela era considerada como símbolo da fecundidade e não do casamento e era também chamada de "a que acerta de longe" ou "a Senhora das feras." É ainda um símbolo da mulher que é individualista e que se movimenta sozinha fazendo o que lhe interessa sem a necessidade de amparo ou de aprovação - quer masculina ou feminina. Personifica o espírito feminino independente que possui imunidade à paixão, uma vez que esse arquétipo permite que a mulher sinta-se completa sem a presença de um homem. A Lenda O deus grego Zeus estava envolvido em casos com a desafortunada mortal Leto (uma das filhas dos Titãs e tão bela que o rei dos deuses por ela se apaixonou). Logo ela estava grávida de gêmeos. Para evitar a fúria e a vingança de Hera, Leto fugiu para a ilha de Delos, onde deu à luz seus filhos numa caverna: a deusa Lunar Ártemis/Diana, que nasceu um dia exato antes de seu irmão, o deus Solar Apolo. Ao descobrir, Hera ficou furiosa. Ela enviou a grande serpente Pítone ao encalço de Leto, mas o deus dos mares, Posêidon, a ocultou. O jovem Apolo, extremamente forte e belo, matou o monstro a flechadas. Ártemis era tão bela quanto seu irmão, a Caçadora Virgem, a Caçadora das Almas. Tão logo nasceu, Ártemis partiu diretamente ao encontro de seu pai, Zeus, e pediu uma túnica curta, botas de caça, um arco de prata e uma aljava repleta de flechas. Quando Ártemis era pequena Zeus, seu pai, perguntou-lhe o que queria de presente em um dos seus aniversários. Ártemis respondeu: Quero correr livre com meus cães pela floresta e nunca, nunca casar. Foi feita a sua vontade. As guerreiras Amazonas lhe eram leais e seus lugares prediletos eram bosques e montanhas da Arcádia, por onde andava na companhia de sessenta oceânides, vinte ninfas e uma matilha de cães de caça. Ela tornou-se a defensora das mulheres maltratadas ou ameaçadas pelos homens, não permitia que suas ninfas se envolvessem em amores, Ártemis é a patrona da fertilidade feminina e dos partos. O arquétipo de Ártemis O arquétipo da feminilidade desta Deusa Virgem e resgatado no feminismo. Por muito tempo permanecemos a sombra do modelo de feminilidade forjado pelo mundo masculinizado. Ártemis era tão linda quanto Afrodite e nos fala que a solidão, a vida natural e primitiva pode ser benéfica em algumas fases da vida. Amazona e arqueira infalível a deusa garante nossa resistência a uma domesticação excessiva. Espírito feminino independente, esta vibração possibilita à personalidade expressar a procura de seus próprios objetivos no terreno de suas próprias escolhas. Protetora da flora e da fauna e figura associada ao ecologismo para que salvaguardemos o que ainda resta da natureza. Ártemis representa integridade, autoconfiança e espírito independente, atento e firme a respeito de suas causas e princípios. Segundo Leonor Portugal, hoje em dia, as mulheres de espírito "Artemis" defendem a idéia da Irmandade/Sisterhood, já que as mulheres são de tal modo agredidas pela sociedade falocrática que precisam de espaços exclusivos para poderem ter voz e assim recuperar emocional e espiritualmente ao reencontrarem a sua identidade em contacto com o seu ser profundo. Deste modo, nos espaços freqüentados só por mulheres que permutam a sua energia e conhecimento intuitivo usando "a voz do útero", podem ajudar-se umas às outras e conscientizar-se das suas muitas capacidades desprezadas pela sociedade de dominação masculina que as apelidaram de histéricas, e terem um efeito não só terapêutico como libertador nas suas vidas, almas e corpos "amputados" pela exigência dos conceitos vigentes e das estéticas ao serviço do imaginário masculino e de que são na sua grande maioria escravas. Fonte:http://www.ce.ufpb.br/nipam/arquivos/destaques_do_mes/artemis.htm |